quinta-feira, 17 de março de 2011

Dutra pede que governo negocie com professor em greve


No Plenário da Câmara, o deputado Domingos Dutra (PTMA) pediu à governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que abra as negociações com os professores do estado, em greve há 16 dias. “O estatuto que rege a educação foi aprovado no primeiro governo dela. Pedimos que negocie para que os alunos, principalmente os mais pobres, não percam o ano letivo”, reivindicou.

De acordo com Domingos Dutra, o Maranhão conta com quase 600 mil estudantes, em 1.420 escolas, “a maioria delas caindo aos pedaços, devido ao descaso do governo”. O deputado disse ainda que dos 32 mil professores maranhenses, 43% são contratados “sem nenhuma garantia trabalhista ou previdenciária”.

Ainda conforme o parlamentar, 60% dos alunos são analfabetos, e das 20 piores escolas do Brasil, cinco ficam no Maranhão. Para completar o quadro, disse 25% dos alunos que começam o ensino médio não concluem esse nível porque precisam trabalhar. “E aqueles que terminam o segundo grau têm de migrar para outros estados porque o Maranhão não tem universidades”, acrescentou.

Segundo Dutra, a média de salário dos professores do Maranhão é de R$ 630, “um salário mínimo”. Mas, afirmou os profissionais não pedem apenas melhorias salariais. Dentre as reivindicações constariam também pontos como aplicação do piso nacional dos professores (de R$ 1.187,08, segundo o Ministério da Educação), realização de concurso público e plano de reestruturação da estrutura física e operacional das escolas do estado.

Reação


Domingos Dutra criticou a reação inicial do governo às demandas dos professores. De acordo com o deputado, o chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva, disse “que o governo quer que a greve continue porque economiza, deixa de pagar luz, água e papel”. Dutra considerou lastimável que o governo que “prometeu uma revolução na educação trate com deboche uma reivindicação justa para a área, que pode ajudar a superar a pobreza e a desigualdade regional”.

Domingos Dutra afirmou ainda que, apesar de sua localização privilegiada e da riqueza de seus recursos naturais, o Maranhão continua entre os estados mais pobres do Brasil. As causas do problema, na opinião do deputado, não são econômicas, mas políticas. “Nossa pobreza é decorrente do longo tempo de poder de uma família. “Há 57 anos o sr. José Saddam Mubarak Sarney utiliza o poder em Brasília para manter o povo maranhense na taca, na exploração e na miséria,” criticou o deputado.


Fonte: Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão - SINPROESEMMA

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