segunda-feira, 14 de março de 2011

Os de Direito, pelo sociólogo Francisco Araújo


Pelo Sociólogo e cientista político Francisco Araújo

Nesse ambiente de farta riqueza fácil, trabalhar e viver exclusivamente do fruto do seu esforço é exceção. Onde o enriquecimento  repentino e sem capital produtivo impera, torna-se uma ilegalidade viver de forma honesta.

Buscar dar um caráter de ilegalidade ao movimento dos professores demonstra uma inversão de valores, porque aprofunda a insignificância do valor trabalho, honestidade, do valor direito, do valor educação e do valor liberdade.

Dentre as categorias que vivem honestamente do seu trabalho estão os professores. Na verdade são bons exemplos de sobrevivência. Pois apesar da baixíssima remuneração, ainda demonstram dignidade dia pós dia.

Tentar pôr no descrédito ou na ilegalidade ações legítimas de defesa de cidadania, de garantias profissionais e de liberdade de manifestação é uma atitude vergonhosa.

Esses governantes agem dizendo que estão defendendo a ordem, mas eles figuram em primeiro grau como inimigos da coisa pública, pois estão sob suspeitas de falta de honestidade, legitimidade e probidade.

Para esse tipo de governantes, o legal é agir e viver com fortunas conquistadas sem trabalho. O ato de viver do trabalho só poder ser uma ilegalidade para eles.

Professor trabalha e ganha pouco, quando reivindica é execrado, desqualificado e, não raro, posto na ilegalidade. Esse é o valor atribuído à educação e aos seus profissionais.

Em pleno século XXI ainda estamos mendigando estatutos e marcos legais para uma atividade essencial para promover desenvolvimento e melhoria na qualidade de vida.

Valorizar a educação sem pão digno para quem trabalha?

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