terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ao menos 6 presos são mortos em rebelião em Pinheiro no Maranhão


POR OSWALDO VIVIANI




Perto de 100 detentos da carceragem da Delegacia Regional de Pinheiro (a 343 km de São Luís) iniciaram, às 22h30 de ontem (7), uma rebelião que até as 9h de hoje (8) já havia deixado ao menos seis mortos. Segundo o que os presos rebelados informaram nesta manhã à própria delegada regional, todos os detentos assassinados eram acusados de pedofilia.
Entre as supostas vítimas, estaria José Agostinho Bispo Pereira, 54 anos, preso em junho do ano passado, acusado de ter engravidado suas duas filhas e tido, no total, oito filhos-netos com elas. O caso teve repercussão nacional e internacional.
José Agostinho já havia sido condenado a 63 anos de prisão em dezembro do ano passado. Aguardava abrir vaga no Complexo de Pedrinhas (São Luís) para ser transferido.
Cabeças cortadas – A delegada Laura Barbosa afirmou que os presos mostraram três cabeças cortadas, que foram penduradas nas grades de uma cela. Um olho humano também foi jogado da grade para que a delegada e outros negociadores que estão no local vissem. A informação mais recente é de que quatro dos presos assassinados foram decapitados.
A polícia acredita que todos os detentos mortos, até agora, nesta rebelião, sejam acusados de pedofilia. Doze que respondiam a este tipo de crime estavam numa cela isolada, que foi invadida. Os que não foram mortos estariam sendo feitos de reféns.
Às 8h45, a delegada disse que o clima ainda era tenso na delegacia e que os detentos ameaçavam matar mais pessoas, caso não fosse atendida a principal reivindicação dos amotinados, que é a resolução do problema de superlotação da carceragem da delegacia. Há 97 presos no local, que tem capacidade para cerca de 35.
A delegada Laura Amélia afirmou que já havia comunicado o problema da superlotação na carceragem da Delegacia Regional de Pinheiro ao secretário de Segurança Aluísio Mendes.
Às 10h, uma comissão foi formada para negociar com os rebelados. A comissão foi composta pelo advogado Antônio Carlos, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (seccional Maranhão), o padre Estrala e o pastor Lobato.
Às 11h, mais de 100 homens das polícias Civil e Militar cercavam a delegacia. O Grupo Tático Aéreo (GTA) e o GOE (Grupo de Operações Especiais) também estão participando do cerco. O coronel Franklin Pacheco, comandante-geral da Polícia Militar do Maranhão, também está no local.
Em junho do ano passado, os presos já haviam se rebelado pelo mesmo motivo da superlotação. O motim terminou sem mortos.

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