Depois de se tornar alvo da espionagem internacional com as postagens do Wikileaks sobre os depósitos da Coronado Trust, de figurar na Organização dos Estados Americanos como o Estado com mais baixos indicadores sociais e de outras conquistas que edificam a baixa auto-estima dos maranhenses, estaremos, a partir de agora, credenciados na Organização das Nações Unidas (ONU) entre os maiores produtores de cadáveres decapitados do país.
A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, exatamente o Rio, a terra onde pontifica o crime organizado, vai denunciar ao Alto Comissariado da ONU** a situação dos presídios do Maranhão em constantes rebeliões. Com a agravante destacada pelo presidente da OAB-MA, Mário Macieira, de que há participação do crime organizado e até de policiais nas rebeliões e chacinas recorrentes nesse Estado.
Nem é preciso perguntar quantos precisarão morrer para que o governo se mobilize e encontre uma solução urgente para essa loucura generalizada que se tornou o Sistema de Segurança do Estado. Pedrinhas amanheceu com mais um cadáver e há suspeitas, levantadas pelo próprio secretário de Segurança, de que os presos estão morrendo para atender a pressões existentes dentro da própria SEGUP para arrancá-lo do cargo.
Pior é que a Assembleia Legislativa do Maranhão se revela incapaz de qualquer atitude concreta com relação a esses episódios. Evita uma CPI porque ela divulgaria o que não é para ser divulgado, isto é, que o governo perdeu o controle da segurança pública. Vão continuar formando comissões para ver o que já foi visto e saber o que já é sabido de todos: os presídios do Maranhão são uma fotocópia muito bem tirada do inferno e vão continuar assim por muito tempo.
A OAB-MA tomou para si a função de enxugar o sangue e a vergonha que jorram no Estado e por isso seus membros estão recebendo ameaças de represálias. Chegou, inclusive, a propor à Assembleia Legislativa a Comissão Parlamentar de Inquérito que a Assembleia não quer instalar. O dinheiro da segurança foi investido em helicópteros que voam ao custo de R$ 15 milhões de dólares, sem contar o custo do marketing em torno dele para mostrar que o governo caça no espaço bandidos que agem na face da terra, inclusive roubando dinheiro da própria Secretaria de Segurança Pública.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Luis Antônio Pedrosa, está marcado para morrer. Da mesma forma que estão marcados para morrer líderes rurais e quilombolas que se atreveram a enfrentar a grilagem que se reinstala no Maranhão. É o caos. O governo passa por um processo incurável de letargia enquanto o nome do Estado atravessa fronteiras como exemplo de insanidade e ingovernabilidade. E a pergunta é: vão esperar que essa carnificina ultrapasse os portões dos presídios e comece a fazer vítimas na sociedade para tomar uma atitude?
Alto Comissariado da ONU**: O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos - EACDH (em inglês, Office of the United Nations High Commissioner for Human Rights, OHCHR) é um órgão das Nações Unidas dedicado à promoção e proteção dos Direitos Humanos garantidos pela legislação internacional e estipulados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Foi estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 20 de dezembro de 1993. É chefiado pelo Alto Comissário de Direitos Humanos, que coordena as atividades da área de direitos humanos através do Sistema das Nações Unidas e supervisiona o Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Informações do Editorial do Jornal Pequeno
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