sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Repercussões internacionais: OAB vai denunciar ao Alto Comissariado da ONU a situação dos presídios do Maranhão



Situação precária no Maranhão será denunciado na ONU
Situação precária no Maranhão será denunciado na ONU
Depois de se tornar alvo da espionagem internacional com as postagens do Wikileaks sobre os depósitos da Coronado Trust, de figurar na Organização dos Estados Americanos como o Estado com mais baixos indicadores sociais e de outras conquistas que edificam a baixa auto-estima dos maranhenses, estaremos, a partir de agora, credenciados na Organização das Nações Unidas (ONU) entre os maiores produtores de cadáveres decapitados do país.

A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, exatamente o Rio, a terra onde pontifica o crime organizado, vai denunciar ao Alto Comissariado da ONU** a situação dos presídios do Maranhão em constantes rebeliões. Com a agravante destacada pelo presidente da OAB-MA, Mário Macieira, de que há participação do crime organizado e até de policiais nas rebeliões e chacinas recorrentes nesse Estado.
Nem é preciso perguntar quantos precisarão morrer para que o governo se mobilize e encontre uma solução urgente para essa loucura generalizada que se tornou o Sistema de Segurança do Estado. Pedrinhas amanheceu com mais um cadáver e há suspeitas, levantadas pelo próprio secretário de Segurança, de que os presos estão morrendo para atender a pressões existentes dentro da própria SEGUP para arrancá-lo do cargo.
Pior é que a Assembleia Legislativa do Maranhão se revela incapaz de qualquer atitude concreta com relação a esses episódios. Evita uma CPI porque ela divulgaria o que não é para ser divulgado, isto é, que o governo perdeu o controle da segurança pública. Vão continuar formando comissões para ver o que já foi visto e saber o que já é sabido de todos: os presídios do Maranhão são uma fotocópia muito bem tirada do inferno e vão continuar assim por muito tempo.

A OAB-MA tomou para si a função de enxugar o sangue e a vergonha que jorram no Estado e por isso seus membros estão recebendo ameaças de represálias. Chegou, inclusive, a propor à Assembleia Legislativa a Comissão Parlamentar de Inquérito que a Assembleia não quer instalar. O dinheiro da segurança foi investido em helicópteros que voam ao custo de R$ 15 milhões de dólares, sem contar o custo do marketing em torno dele para mostrar que o governo caça no espaço bandidos que agem na face da terra, inclusive roubando dinheiro da própria Secretaria de Segurança Pública.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Luis Antônio Pedrosa, está marcado para morrer. Da mesma forma que estão marcados para morrer líderes rurais e quilombolas que se atreveram a enfrentar a grilagem que se reinstala no Maranhão. É o caos. O governo passa por um processo incurável de letargia enquanto o nome do Estado atravessa fronteiras como exemplo de insanidade e ingovernabilidade. E a pergunta é: vão esperar que essa carnificina ultrapasse os portões dos presídios e comece a fazer vítimas na sociedade para tomar uma atitude?


Alto Comissariado da ONU**: O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos - EACDH (em inglês, Office of the United Nations High Commissioner for Human Rights, OHCHR) é um órgão das Nações Unidas dedicado à promoção e proteção dos Direitos Humanos garantidos pela legislação internacional e estipulados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Foi estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 20 de dezembro de 1993. É chefiado pelo Alto Comissário de Direitos Humanos, que coordena as atividades da área de direitos humanos através do Sistema das Nações Unidas e supervisiona o Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.

Informações do Editorial do Jornal Pequeno

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