domingo, 13 de fevereiro de 2011

Destaque internacional sobre a violação dos direitos humanos no Maranhão


O portal Diário da Liberdade sediado na Península Ibérica divulgou neste início de mês uma reportagem sobre a violação dos direitos humanos no Maranhão, sob o titulo: Fazendeiro é preso por assassinatos no Maranhão, veja:

[Por Reynaldo Costa] O fazendeiro Adelson Veras Aráujo, 67 anos, acusado de ser mandante do assassinato de dois trabalhadores em sua fazenda, foi preso em Açailândia, no Maranhão, na sexta-feira (28/1).
Foram mortos de Gilberto Ribeiro Lima, 22, e Vanderlei Ferreira de Meireles, 24. Nesta segunda-feira, foram encontradas as ossadas dos dois trabalhadores na fazenda do fazendeiro.
O crime aconteceu em maio de 2008, motivado a partir das cobranças dos trabalhadores, que estavam a três meses trabalhando sem receber nada.
Além do fazendeiro, foram presos também seus dois filhos, Marciel Silva Araújo, 29 anos, e Marceone Silva Araújo, 30, suspeitos de queimar, esquartejar e ocultar os corpos e ainda de mais dois capangas.
A Justiça ainda tem mandado de prisão a outros nove acusados, que estão foragidos nos estados do Pará e Piauí.
Segundo o delegado geral de Polícia Civil, Nordman Ribeiro, o decreto de prisão deles dependia da prova material do crime, ou seja, de encontrarem os corpos para posteriormente dar continuidade às investigações.
O crime
As vítimas eram moradoras do assentamento Guarantã do Norte, próximo a Cidade de Centro Novo do Maranhão. Gilberto prestava serviços no roço de juquira na fazenda Boa Esperança de propriedade de Adelson.
O fazendeiro não queria fazer pagamento aos trabalhadores, uma prática comum na região. Por isso, teria mandado executar Gilberto e seu amigo Vanderlei para não quitar a dívida, em resposta às constantes cobranças.
Os dois trabalhadores foram assassinados brutalmente com um tiro de uma espingarda calibre 20 na cabeça. Além de terem sido espancados com enxada, seus corpos foram queimados.
A busca dos corpos
A busca pelos corpos começou em julho de 2008, quando Cleane Rodrigues Amaral, viúva de Gilberto, procurou o Centro de Defesa da Vida e Dos Direitos Humanos de Açailândia, iniciando assim uma longa jornada para resgatar os restos mortais dos pais por seus dois filhos para fazer o enterro.
Adelson Veras é muito poderoso na região, conhecido por sua truculência contra os trabalhadores e seus opositores. Ele proíbe, inclusive, Cleane de retornar para o assentamento localizado nas proximidade da sua da fazenda, onde ocorreu o crime.
Há quase dois anos com um mandado de busca e apreensão, a operação só foi realizada com a pressão dos movimentos sociais, entidades de direitos humanos e com uma reportagem de um importante programa da televisão.
Adelson, o fazendeiro
O gato Adelson, como é conhecido na cidade, muito temido na região por sua truculência e desrespeito às autoridades, costuma punir os trabalhadores que desrespeitam seu código de trabalho com a morte.
Adelson iniciou sua atividade profissional trabalhando como gato para o Fazendeiro Gilberto Andrade (conhecido do grupo móvel e da Justiça pela sua prática escravista e registros de pelo menos 14 assassinatos em sua fazenda). Era quem arregimentava trabalhadores do Estado do Piauí para as fazendas de Gilberto Andrade. Trabalhadores relatam que no período em que trabalhou para Gilberto Andrade roubou parte do patrimônio de seu patrão, grilou terras dentro da Reserva Biológica do Gurupi, onde hoje tem terras sobre sua posse.
Além disso, é um dos principais acusado de desmatar a floresta, dentro da reserva.
Todo o seu patrimônio é advindo de práticas ilícitas – seus cinco filhos têm participação direta nos negócios na sua propriedade.
Adelson é conhecido na região do Gurupi como autoridade máxima. Ele determina e dá as ordens na região.
Em 2004, expulsou o chefe da Reserva Biológica do Gurupí, órgão do governo federal, de um escritório de fiscalização e preservação da Reserva, que só foi retomada em 2007 numa operação da Força Nacional na região. No entanto, os grileiros da Rebio do Guripi continuam praticando seus crimes.
Há ainda relatos de outros crimes cometidos por Adelson, diante da cobrança de um de seus funcionários, na cidade de Buriticupú, local conhecido como entrada do Arame.
Ele teria deferido três tiros contra um trabalhador, que implorava pelo pagamento de serviços prestado. O crime ocorreu na frente das três crianças e da esposa da vítima. Não há informações se existe algum procedimento judicial sobre este caso.

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